Pardal Monteiro (1897-1957) - Arquitetura, pura e simplesmente
Pardal Monteiro (1897-1957) - Arquitetura, pura e simplesmente
Exposição temporária que ocorreu entre 27 de novembro 2019 e 1 de março 2020.
"Isto de ser moderno é como ser elegante: não é uma maneira de vestir, mas uma maneira de ser."
José de Almada Negreiros
A geração dos arquitetos que assinam as obras do primeiro modernismo português marcou profundamente a cultura arquitetónica da cidade de Lisboa e a cultura do país em geral. Da célebre “geração de 90” (1890), destacamos nesta exposição o arquiteto Porfírio Pardal Monteiro e a sua proposta de 1936 para a nova sede do Banco de Portugal, que não chegou a ser realizada.
Permaneceu desse projeto uma maquete, restaurada e apresentada agora na antiga igreja de S. Julião, edifício que não existiria se o edifício de Pardal Monteiro tivesse sido construído. Este objeto que sobreviveu durante décadas, revela a proposta do arquitecto para a nova sede do Banco que malgré tous não foi construída, mas justifica um olhar sobre o arquiteto e a sua reflexão sobre a zona historicamente nobre que é a Baixa Pombalina: todos os paradoxos e acasos, o que se preservou e o que se destruiu, e que nos permite ter hoje esta Cidade de Lisboa.
Os arquitetos que, por uma determinação municipal dos anos 40, foram informados por decreto que as fachadas deveriam inspirar-se em modelos de arquitetura setecentista não conseguiram conjugar a austera decoração deco com a estética nacionalista do regime, justamente nas fachadas, porque os novos materiais e a racionalidade que foi irreversivelmente introduzida nos processos de construção foram modernos, mais português suave, menos português suave.
Na verdade, o confronto de Pardal Monteiro com os precursores do urbanismo e da arquitectura moderna esteve sempre aqui, em S. Julião, em plena Baixa Pombalina. E até um dos mais respeitados arquitetos modernistas portugueses levou o seu tempo a entender a concepção nova, lógica e inteligente e, sem dúvida, revolucionária, do plano de reconstrução de Lisboa de Manuel da Maia e Eugénio dos Santos. Ser moderno em Portugal talvez tivesse sido sempre uma maneira de ser e, em boa medida, uma questão de pele.
Margarida Cunha Belém, 2019
Ficha técnica
Curadoria
Margarida Cunha Belém
Coordenação geral
Museu do Dinheiro - Departamento de Comunicação e Museu/Banco de Portugal
Produção executiva
Museu do Dinheiro - Departamento de Comunicação e Museu/Banco de Portugal
Arquitetura e projeto museográfico
Departamento de Comunicação e Museu/Banco de Portugal
Projeto gráfico e comunicação
Departamento de Comunicação e Museu/Banco de Portugal
Mediação e educação
Museu do Dinheiro - Departamento de Comunicação e Museu/Banco de Portugal
Transportes
Rnstrans
Convervação e restauro
Água de Cal
Estruturas
José Jesus Cardoso Unipessoal, Lda.
Impresão
SIGH
AF Atelier
Tradução
Departamento de Relações Internacionais/Banco de Portugal
Segurança e iluminação
Departamento de Serviços de Apoio/Banco de Portugal
Seguro
Lusitânia Companhia de Seguros, S.A.
Agradecimentos
António Pedro Ferreira
Arquivo Municipal de Lisboa
Fundação Calouste Gulbenkian - Biblioteca de Arte e Arquivos
Hemeroteca de Lisboa
Diário de Notícias
Informações
Pardal Monteiro (1897-1957) - Arquitetura, pura e simplesmente
Exposição temporária que ocorreu entre 27 de novembro 2019 e 1 de março 2020.
Inicialmente estava prevista terminar a 23 de fevereiro mas devido ao elevado interesse optou-se por prolongá-la.
Durante o decorrer da exposição ocorreram visitas especiais pela curadora Margarida Cunha Belém, nos sábados:
7 de dezembro e 18 de janeiro, às 15h00 (60 min.)
Outras visitas orientadas à exposição foram realizadas pela equipa do serviço educativo do Museu.
Mais informações para info@museudodinheiro.pt ou +351 213 213 240